Quando vocĂª Ă© criança sempre perguntam o que vocĂª quer ser quando crescer. Eu sempre disse que queria ser mĂ©dica. Quando eu comecei a assistir House na tv todo dia, Ă¡s 13h da tarde fielmente o desejo sĂ³ aumentou. Claro que Medicina nĂ£o Ă© o que a gente assiste em uma temporada de House ou Greys Anatomy. Mas serviu de algo para inspiraĂ§Ă£o. Nunca fui muito o tipo de pessoa que se dedicava muito aos estudos. E hoje, depois que eu tive minha primeira aula na cadeira de Anatomia, eu vejo que medicina realmente nĂ£o Ă© pra mim. Eu estudava, quase sempre estava na mĂ©dia e nala alĂ©m disso.
Ai eu comecei a ler um livro quando eu tinha treze anos, '' O Mundo de Sofia" esse livro mudou minha vida. É um livro que conta a histĂ³ria de Sofia, uma menina norueguesa que recebe cartas de um filĂ³sofo Albert Knox e a cada capĂtulo do livro vocĂª aprende uma liĂ§Ă£o nova sobre filosofia ocidental, desde os prĂ©-socrĂ¡ticos aos pĂ³s-modernos. É um livro confuso, li e reli vĂ¡rias vezes. Aconselho vocĂª ler duas vezes, no mĂnimo. Uma conhecendo a histĂ³ria e entendendo a relaĂ§Ă£o entre Sofia, Albert e Hilde e a outra ignorando essa parte e focando apenas no conhecimento. O livro em um determinado momento cita Freud, e fala, de uma forma breve, sobre psicanĂ¡lise. Foi o meu ponto de partida para estudar mais sobre. AtĂ© entĂ£o eu nunca tinha pensado em Psicologia. JĂ¡ tinha ido em terapeuta antes e nĂ£o havia gostado da experiĂªncia. Acabei lendo bastante sobre Freud e sobre o inconsciente.
Um ano mais tarde, numa aula sobre sistema nervoso, ainda no fundamental, uma professora (que atĂ© hoje foi uma das minhas preferidas e inesquecĂveis pra mim), estava respondendo alguma pergunta sobre o emocional. Situações que imaginamos e pensamos muito sobre alguma coisa no nosso corpo e ela acaba acontecendo. Quando seu corpo estĂ¡ tudo bem, mas vocĂª se sente doente. NĂ£o lembro direito a resposta dela porque faz muito tempo. Mas lembro que achei aquilo tudo muito fascinante e com certeza queria me aprofundar mais sobre.
PorĂ©m, a mente de uma pessoa de catorze anos pra uma de quinze muda muito, e por aĂ vai. Acho que todo mundo, mesmo quem nĂ£o me conhece tĂ£o bem assim, sabe o quanto eu sou apaixonada por escrever. Houve uma parte da minha vida que eu queria me aprofundar mais disso e talvez me formar em Letras ou Jornalismo. Mas vi que aquilo nĂ£o era pra mim. Ainda amo de paixĂ£o escrever. É algo que eu sinto que eu consigo expressar meus sentimentos. E Ă© algo como hobby para mim. Acho que quem pratica muito a Arte, seja escrevendo, compondo, dançando, pintando..., trabalha de uma forma muito melhor quando estĂ¡ passando por algo na vida, pelo menos na escrita Ă© muito mais fĂ¡cil de se expressĂ£o quando se estĂ¡ triste. Quando se estĂ¡ feliz vocĂª apenas quer curtir aquele momento, jĂ¡ tentei escrever quando eu estava passando por momentos muito bons na minha vida e eu simplesmente nĂ£o conseguia conectar as frases. Nada ficava bom o suficiente pra eu achar que deveria publica-lo. Logo, acho que a escrita, Ă© algo da minha vida que eu sempre vou levar comigo. Independente da minha escolha acadĂªmica.
Falando mais sobre a mente, psicanĂ¡lise e entre outros, logo apĂ³s de eu ter visto a grade de jornalismo eu vi que aquilo, realmente, nĂ£o era pra mim. Decidi fazer Psicologia. E realmente foi uma das melhores decisões que tomei nessa vida de 17 anos. Pensei em fazer Direito porque gosto muito de psicologia forense. Mas nĂ£o Ă© a mesma coisa. Eu vejo o quanto de gente conversa comigo diariamente, vejo o quanto meus textos jĂ¡ ajudaram pessoas, e eu fico eternamente lisonjeada com isso. SĂ³ vejo Psicologia sendo a coisa certa pra mim. Foi um curso que, nĂ£o Ă© de comunicaĂ§Ă£o, mas que eu vi maneiras de juntar duas coisas que eu gosto em uma sĂ³. A ciĂªncia psicolĂ³gica com a arte de escrita, e nĂ£o Ă© que deu certo? <3 Fico contente por hoje eu ser capaz de ver pontes, quando na verdade eu sĂ³ via paredes.